Por ser tão presente na vida de todos nós de uma maneira ou de outra, é fácil compreender que o amor se configura como uma vivência complexa e profunda, presente em todas as culturas e períodos históricos. São infindáveis as expressões individuais e culturais do amor, de tal forma que praticamente todos tem algo a dizer a respeito, identificando-se com as experiências amorosas alheias, “eu sei pelo que você está passando”, ou assumindo uma posição de conselheiro (nem sempre adequadas), “bem, eu acho que você deveria…”.
Quem nunca foi apanhado pelo amor, sofreu no processo de amar ou se sentiu inspirado por essa experiência em algum grau?
Sobre a maneira como o homem ocidental entende e se relaciona com a dimensão amorosa na relação conjugal, uma leitura muito interessante é a do livro ‘We – A Chave da Psicologia do Amor Romântico’, do analista junguiano Robert A. Johnson.
Segundo o autor, o homem ocidental criou uma forma muito complicada de viver o amor, em que utiliza as idealizações românticas de forma excessiva e inadequada, o que, curiosamente, acaba dificultando a vivência do amor que ele tanto deseja e, mais do que isso, acaba levando-o para longe de si mesmo, para longe da própria interioridade.
