Muitas pessoas querem e/ou precisam de atendimento psicológico, mas não possuem condições financeiras para isso.
Por essa razão, sou completamente a favor da existência de políticas públicas que oportunizem o acesso ao atendimento psicológico gratuito. Quando a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 afirma que o Estado deve garantir assistência à saúde para toda a população, isso também inclui a saúde mental, tanto que, ainda bem, existem os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) em diferentes cidades do Brasil, ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Também existem as chamadas clínicas-escola, organizadas pelas faculdades e universidades, que oferecem atendimento psicológico gratuito.
Além disso, existe o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que também oferece suporte psicológico gratuito, mas de um jeito diferente do atendimento oferecido no SUS. O SUAS e o SUS se complementam. Enquanto o primeiro foca na assistência social, trabalhando, por exemplo, com pessoas que foram vítimas ou autores de violência e infrações, ou pessoas que vivem uma situação particular de vida que necessita de uma atenção especial, como as que não estão conseguindo manter as condições básicas de sobrevivência, o SUS foca nas questões referentes à saúde pública, incluindo a saúde mental. Transtornos de humor e transtornos relacionados à substâncias psicoativas, por exemplo, são situações cuidadas pelos profissionais do SUS.
Às vezes acontece de a mesma pessoa ser atendida tanto por um psicólogo do SUS quanto por um psicólogo do SUAS. Isso é possível e aceito, pois se tratam de serviços diferentes. Ou seja, apesar de nos dois casos a pessoa estar recebendo um atendimento psicológico, os objetivos do trabalho do psicólogo do SUS são diferentes dos objetivos do psicólogo do SUAS.
O atendimento psicológico pode ocorrer de diferentes formas e com diferentes objetivos, a depender das necessidades da pessoa, dos objetivos do Serviço e do local em que o atendimento ocorrerá.
Quem procurar? O SUAS ou o SUS? Depende das suas necessidades, que também serão avaliadas pela equipe profissional que você procurar. Pode ser, por exemplo, que o seu caso seja de SUS e não de SUAS, e então, caso você tenha procurado o SUAS, a equipe do mesmo vai te encaminhar para o SUS depois de atendê-lo (a). Esse é o fluxo.
Se você procura uma avaliação em saúde mental ou atendimento psicoterápico, essas atividades são realizadas por serviços do SUS.
Apesar do SUAS e SUAS fazerem muito por nós, bem como as clínicas-escola oferecerem atendimento gratuito, penso que o atendimento psicológico gratuito deveria ser ampliado pelas Políticas Públicas, para que as pessoas sejam imediatamente atendidas, sem a necessidade de aguardar em listas de espera que, às vezes, são bastante longas, bem como que consigam acesso às diferentes especialidades da psicologia.
É uma experiência muito ruim precisar de um atendimento e não o conseguir por uma questão financeira ou por ter que esperar em longas filas.
Daí a importância do Sistema Único de Saúde e do Serviço Único de Assistência Social: eles são para TODOS, independente da classe social, do local em que a pessoa vive … certamente existem falhas no SUS e no SUAS, como a falta de uma quantidade adequada de profissionais para atender certas regiões; entretanto, são falhas que podem ser melhoradas, trabalhadas.
Façamos um exercício: imaginar como seria o Brasil sem o Sistema Único de Saúde e sem o Sistema Único de Assistência Social. Certamente seria muito, mas muito mais difícil ser brasileiro e “viver sem a vergonha de ser feliz”, como diz a música.
Viva o SUS!
Viva o SUAS!
Viva aos profissionais que estão atuando no combate ao Coronavírus – COVID 19!
Viva a vida!